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14-08-14

Evento gratuito sobre a vida e o trabalho de Aloisio Magalhães no Itaú Cultural

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Uma exposição completa em São Paulo sobre a vida e o trabalho de um dos maiores nome do design nacional.

Se você é um designer ou entusiasta do assunto, provavelmente já ouviu falar sobre Aloisio Magalhães. Um marco no Brasil, Aloisio entendia o design como uma necessidade a serviço da comunidade. Seu trabalho ajudou a mapear e a entender a cultura no país.

Agora, se você está em São Paulo, você é uma pessoa feliz neste momento, porque pode visitar a 19ª edição do programa Ocupação, que acontece até dia 24 de agosto, no Itaú Cultural. A exposição homenageia Aloisio Magalhães.

A exposição, que conta com a curadoria de João de Souza Leite, se desenvolve em três tempos que falam sobre a carreira de Aloisio: o trabalho como artista plástico, como designer e como formulador de políticas públicas na área da cultura.

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Um pouco de história

Nascido no Recife, aos 18 anos – na Faculdade de Direito – era apontado como uma das melhores promessas da nova geração de artistas plásticos de Pernambuco. Ainda na universidade, produziu cenários e figurinos para as peças do Teatro do Estudante de Pernambuco (TEP), como Otelo (1951), de Shakespeare, e Bodas de Sangue (1955), de García Lorca.

Aloisio em seu escritório, 1966.

Aloisio em seu escritório, 1966.

O artista plástico

Lápis e nanquim também faziam parte do universo do artista. Desde 1949, Aloisio mantinha um ateliê, onde como pintor produzia obras abstratas animadas com motivos de sua terra, Pernambuco.

“O colorido e a vibração da paisagem de sua terra era o que mais o interessava”, conta o curador.

A Ocupação traz algumas produções da década de 1950, assim como revela fotos e informações das inúmeras exposições realizadas no Brasil e no exterior.

No mesmo local de seu ateliê, funcionava O Gráfico Amador, oficina criada por um grupo de intelectuais nordestinos interessados na arte do livro. O espaço era voltado ao desenho, à edição e à produção de pequenas tiragens de publicações, como Ode, de Ariano Suassuna. Em Aniki Bobo, os desenhos foram feitos antes do texto e por isso se diz que João Cabral de Melo Neto o ilustrou com seu poema. Ambas as edições fazem parte das obras presentes na mostra.

Foi em uma viagem à Filadélfia, em 1957, que Aloisio conheceu Eugene Feldman, artista gráfico experimental, e pôde se aprofundar um pouco mais nas técnicas de reprodução das grandes tiragens. Percebeu, então, a possibilidade de ampliação de sua criação a partir do design. Já de volta ao Brasil em 1960 fundou, com Artur Lício Pontual e Luiz Fernando Noronha, no Rio de Janeiro, o Magalhães + Noronha + Pontual (MNP), escritório destinado a trabalhar com arquitetura, construção civil e programação visual.

"Olinda 3", 1956.

“Olinda 3”, 1956.

O designer

No espaço do MNP foram desenvolvidos os primeiros trabalhos de projeção do escritório na área da comunicação visual: os símbolos do 4ª Centenário do Rio de Janeiro, da Fundação Bienal de São Paulo e do Banco Moreira Salles, entre tantos outros. Em 1966, aconteceram concursos para a criação do símbolo da Light e para o desenho de novas cédulas do papel-moeda brasileiro. Ao conquistar o primeiro lugar na disputa, Aloisio consolidou sua posição no cenário da produção de design no campo da comunicação visual.

Com uma área dedicada especialmente ao design, a exposição apresenta uma diversidade de símbolos e sinais, desenhos a lápis e layouts. Entre eles estudos para a cédula de 500 cruzeiros e cartazes para o governo de Pernambuco.

“Entre 1960 e 1975, [Aloisio] desenhou cerca de 70 sinais de grande visibilidade. Suas curvas são quase sempre compostas de segmentos de arcos, seus sinais juntam entrelaçados de letras e buscam, muitas vezes, uma re­presentação figurativa. Seu registro é outro”, explica João de Souza Leite.

Identidade do 4º centenário do Rio.

Identidade do 4º centenário do Rio.

Logos Unibanco, Light e Globo.

Logos Unibanco, Light e Tv Globo.

O político cultural

Na década de 1970, Aloisio Magalhães iniciou uma nova etapa em sua vida, seu envolvimento definitivo e formal no campo da cultura. Em 1975, criou o Centro Nacional de Referência Cultural (CNRC), que visava mapear, documentar e entender a diversidade da cultura brasileira, como o artesanato popular.

Dando continuidade a suas iniciativas, em 1979, Aloisio Magalhães assumiu a direção do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do Ministério da Educação e Cultura (MEC). Buscando retratar essa trajetória do político cultural, a Ocupação revela alguns documentos e fotos que mostram sua atuação em diversas regiões do país.

Aloisio encenando Garcia Lorca no jardim de sua casa, 1947.

Aloisio interpretando Garcia Lorca no jardim de sua casa, 1947.

Rodas de Conversa

O conteúdo da Ocupação Aloisio Magalhães serve de base para dois bate-papos – um deles ligado aos chamados “cartemas”, termo que o filólogo Antonio Houaiss cunhou para se referir a uma série de imagens geométricas que o designer fez por meio da colagem de cartões-postais. As conversas são conduzidas em português e em Libras (Língua Brasileira de Sinais).

Um dos cartemas de Aloisio.

Um dos cartemas de Aloisio.

Programação

  • Sábado 26 de julho a domingo 24 de agosto de 2014
  • Terça a sexta das 9h às 20h (permanência até as 20h30)
  • Sábado, domingo e feriado das 11h às 20h

Endereço: Avenida Paulista, 149 São Paulo (Estação Brigadeiro do metrô).

Entrada franca. 

Saiba mais sobre a programação no site do Itaú Cultural.

*Somos transparentes. Este é um post patrocinado.