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22-03-16

A história da cor que virou uma marca. Ou da marca que virou uma cor.

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Uma cor que é um dos casos mais bem sucedidos de branding no mundo. Como isso é possível?

Imagine que é seu aniversário. Ao receber diversos presentes, o mistério do conteúdo de cada caixa só é revelado ao abrir as embalagens, certo? Mas imagine que, em meio a todas os invólucros e sacolinhas, apareça uma pequena caixinha turquesa, com um laço de fita branca.

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Não precisa nem ter visto “Bonequinha de luxo” (“Breakfast at Tiffany`s”, no título original) para saber que aquela embalagem reserva uma bela joia da Tiffany & Co.

Pode agradecer a quem presenteou (provavelmente alguém que quer te agradar muito) antes mesmo de abrir a caixinha.

Audrey interpretando a personagem Holly na frente da loja Tiffany & Co.

Audrey interpretando a personagem Holly na frente da loja Tiffany & Co.

A pergunta que não quer calar é: como uma cor consegue ser tão vinculada a uma marca a ponto de se tornar a própria marca? Quer dizer, da mesma forma que existe o rosa chá, o verde limão, o amarelo ovo, existe também o “Azul Tiffany”. E sim, o nome é registrado. Assim como a icônica embalagem, a “Tiffany Blue Box”.

A história

Apesar da marca ter sido inaugurada em 1837, a história da cor começou em 1845, quando o criador da Tiffany & Co., Charles Lewis Tiffany, escolheu o peculiar azul turquesa para estampar a capa do Blue Book, o catálogo anual da coleção de joias de sua loja, situada na Broadway, em Nova Iorque.

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Não existem provas a respeito, mas dizem que a cor foi escolhida devido à popularidade das joias de cor turquesa na época. Mas a informação não é tão certa. De qualquer forma, a cor ficou logo associada à marca e ganhou um status de luxo e sofisticação, principalmente após o lançamento das alianças de diamante feitas à mão, em 1886.

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A aliança era entregue na delicada caixa de presente que, após a associação com o anel, tornou-se tão cobiçada quanto a joia, independente do seu conteúdo.

Como relatado pelo New York Sun em 1906:

“Tiffany tem algo em estoque que você não pode comprar, independentemente do dinheiro que possa oferecer; algo que poderá ser somente dado a você. E é uma de suas caixas.”

Uma cor única

Em 2001, uma parceria da grife com a PANTONE transformou o luxuoso azul em uma cor exclusiva, registrada e secreta, afim de que a cor fosse instantaneamente reconhecida, independente de onde fosse reproduzida. Assim foi criado o “Azul 1837”, que recebeu este nome em homenagem ao ano de inauguração da primeira loja.

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Mas nem adianta pegar sua cartela PANTONE para tentar achar o código, porque a cor não é impressa nos catálogos, nem disponibilizada para comercialização. A fórmula da sua produção, através da mistura dos pigmentos também é mantida em segredo. Saiba mais sobre o processo de produção aqui.

O filme

Um documentário está em cartaz este ano para contar a história completa da marca. Inclusive a PANTONE está representada no filme, contando sobre o processo de pesquisa do matiz exclusivo. No elenco estão famosas como a atriz Jessica Biel e a designer de moda Rachel Zoe.

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Veja o trailer:

Um caso de branding de sucesso.