Projeto recria capas de livros clássicos que na verdade foram escritos por mulheres

21-09-18

Projeto recria capas de livros clássicos que na verdade foram escritos por mulheres

Um projeto lindo que dá créditos às verdadeiras autoras com uma capa mais maravilhosa que a outra. E ainda pode baixar.

O privilégio da leitura e da escrita para todos é algo recente. Nem sempre foi possível buscar e compartilhar cultura e conhecimento livremente. Muito menos se este público em questão fosse feminino.

Não precisa ir muito longe para saber das restrições que mulheres tinham ao querer estudar, trabalhar, ou se especializar em alguma carreira considerada artística. Para muitos, basta bater um papo com a avó, tia ou até mesmo mãe para descobrir o quanto era complicado estudar ou se tornar uma pintora, escritora, entre outros.

Fonte: “Sketch of cute girl reading book, Hand drawn vector illustration” stock foto por Olga Tropinina/Shutterstock.

Mas o mundo sempre foi repleto de mulheres que não quiseram segurar a sua vontade de realizar seus sonhos e fizeram obras maravilhosas, aclamadas e reconhecidas por todos, mesmo que fosse necessário se esconder atrás de um “personagem” masculino para serem aceitas em uma época pouco igualitária. Na verdade, ainda hoje, vivemos os resquícios deste julgamento. Um exemplo é a autora da série de livros Harry Potter, Joanne Rowling que, antes da publicação da sua primeira obra, seguindo as instruções da editora que temia que meninos não se interessassem por um romance escrito por uma mulher, passou a assinar suas obras com um pseudônimo neutro, J.K.Rowling.

J.K. Rowling

E assim, no campo da literatura, crescemos lendo livros de diversos autores famosos que na verdade, eram mulheres.

Pensando nisso, a HP criou um belíssimo projeto chamado “Original Writers”, recriando capas de livros mundialmente famosos, exibindo, porém, os nomes verdadeiros de suas autoras na capa.

As capas são lindíssimas e no site é possível baixar, além das capas, as obras completas em pdf (muitas delas em português), e pôsteres das ilustrações em formato A4.

Confira as obras e as descrições retiradas do site do projeto:

La Hija de la Selva

Eugénie-Caroline Saffray nasceu em 19 de setembro de 1829 e morreu em 17 de maio de 1885. Foi uma importante romancista francesa. Mas precisou usar o pseudônimo masculino Raoul de Navery para assinar suas publicações.

Valentine

Amandine Aurore Lucile Dupin nasceu em 1 de julho de 1804. Aclamada romancista e memorialista, precisou usar o pseudônimo masculino George Sand para assinar seus livros.

How Lisa loved the king

Mary Ann Evans nasceu em 22 de novembro de 1819, em Warwickshire, e faleceu em 22 de dezembro de 1880, em Londres. Foi uma romancista autodidata britânica. Para escrever seus livros precisou usar o pseudônimo George Eliot.

The Spirit of Rome

Violet Paget nasceu em 14 de outubro de 1856, em Château St Leonardo, e faleceu em 13 de fevereiro de 1935. Escreveu sobre arte, música e viagens, mas se tornou reconhecida por sua ficção sobrenatural e estética. No entanto, precisou usar o pseudônimo masculino Vernon Lee para publicar sua obra.

La Gaviota

Cecilia Böhl de Faber e Larrea nasceu em 24 de dezembro de 1796, na Suíça, e faleceu em 7 de abril de 1877. Precisou usar o pseudônimo masculino Fernán Caballero para assinar sua obra.

Les deux filles de Monsieur Plichon

Victory Léodile Béra nasceu em 18 de agosto de 1824, em Viena, e faleceu em 20 de maio de 1900. Escreveu diversos artigos, romances, contos e ensaios. Tudo usando o pseudônimo masculino André Léo.

Eve Victorieuse

Jeanne Philomène Laperche nasceu em 9 de abril de 1853, em Bordeux, e faleceu em 16 de março de 1927. Escritora francesa, seus romances são autobiográficos. Precisou assinar seus livros com o pseudônimo masculino Pierre de Coulevain.