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27-01-15

O design de moda que sobreviveu ao Holocausto

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Uma surpresa escondida em meio às memórias tristes do Holocausto, que termina com uma linda homenagem.

Era uma vez uma história que parecia de novela, mas infelizmente foi real. Um marco na história mundial que dizimou milhares de pessoas e famílias: o Holocausto.

 

Holocausto é o nome dado à atitude dirigida pelo nazismo (e encabeçada por Hitler) que, em busca da raça pura e ariana, enviou diversas pessoas judias, entre negros e homossexuais, para campos de concentração, com o fim de serem dizimados, contabilizando uma média de 6 milhões de assassinatos.

Em meio a este genocídio, histórias como a do casal Paul Strnad e sua esposa Hedwig, de apelido Hedy foram interrompidas, mas hoje, relembradas com uma incrível homenagem.

O design de moda como esperança

Em 1939, quando os nazistas invadiram a Checoslováquia, o casal Paul e Hedy, ambos judeus, decidiram fazer alguma coisa para saírem do país. O alvo do casal era a América, uma vez que Paul tinha um primo, Alvin, que vivia em Milwaukee, no Estado de Wisconsin, nos Estados Unidos.

Sendo assim, Paul escreveu uma carta para seu primo, apresentando a ele desenhos de sua esposa, que era designer de moda. Havia assim, uma esperança de que alguma empresa americana se interessasse nos modelos de Hedwig e ambos conseguissem vistos para sair do país. Os desenhos exibiam modelos de vestidos femininos e acessórios, como luvas, bolsas e sapatos.

Hedy e Paul

Hedy e Paul

Apesar das tentativas de Alvin em ajudar, Paul acabou morto no campo de concentração Treblinka ou Warsaw Ghetto, em 1943. E não se sabe ao certo o que aconteceu com sua esposa.

Mas ainda não é o fim da história.

Vestidos que ganham vida

Quase 60 anos depois, os pais de Karen Strnad, neta de Alvin (o primo do casal, lembra?) encontraram a carta no porão da casa onde moram. Dentro de um envelope vermelho, selado com a suástica estampada, contendo 8 sketches coloridos de vestidos.

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O achado foi entregue no Jewish Museum of Milwaukee (museu judaico de Milwaukee), para ser preservado como memória. Porém, ao ver os sketches, a diretora do museu, Kathie Bernstein, teve uma ideia: por que não tirar os vestidos do papel e criá-los de verdade?

O diretor de indumentária do museu concordou (oba!) e assim, a equipe responsável começou um longo trabalho de pesquisa de moda correspondente à época, além de busca por tecidos e a melhor forma para reprodução das estampas criadas pela talentosa estilista. A partir da assinatura de Hedy presente na carta enviada à Alvin, também foi criado um logotipo especial para ser acoplado às roupas, em forma de etiqueta.

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O resultado é uma exposição de 6 modelos de vestidos criados por Hedy, que mesmo sem poder ver os resultados de perto, deixou viva a memória do talento de milhares de pessoas que passaram pelas marcas irreparáveis da Segunda Guerra.

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Veja o documentário completo (em inglês) criado pela The Arts Page:

Ou o vídeo de 4 minutos criado pelo portal da PBS:

Lindo.